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Foto do escritorBruna Basevic

Mulheres que nunca desistem


Tatiana Costa, como tantas outras mulheres, ouviu dizer que suas vontades e desejos tinham que ser silenciados para fazer terceiros felizes; porém isso não a fez parar.

Diante de tantos desafios acreditou no caminho mais difícil, o caminho traçado foi o escolhido e escrito por ela.


Sua família mora na comunidade Paraisópolis-SP, lugar onde viveu sua infância e presenciou diversas situações difíceis, mas foi lá também onde conheceu grandes amigas que fazem parte de sua vida até os dias de hoje.

Sua mãe sempre orientou e investiu na educação dos filhos, porém na adolescência, descrente de que os estudos valeriam algo, abandonou os estudos para se casar.

A oportunidade de retomar os estudos aconteceu aos 34 anos, quando iniciou o EJA (Educação de Jovens e Adultos), junto dele enfrentou obstáculos e preconceitos, mas não desistiu e seguiu seus objetivos.


Diante de novas adversidades enfrentadas pela vida, conseguiu iniciar e terminar a Faculdade, muito dedicada foi convidada para trabalhar no mesmo local em que realizou seus estágios.

No ano de 2020 veio o convite para fazer parte do projeto “Bem querer mulher” no Morumbi-SP, onde iniciou uma nova fase em sua vida dentro da área de sua formação em assistência social.

Tatiana, mulher forte e decidida, passou por violências psicológicas e morais, mas fez de sua história seu objetivo de estudo, hoje à frente da coordenação dos projetos do Instituto MADHU em Embú das Artes-SP, conduz com amor os acolhimentos, realizando as escutas e orientando com empatia pessoas vítimas de violência doméstica; outro projeto ativo é com os agressores, neste projeto são utilizadas técnicas educacionais para que haja a melhora em suas relações interpessoais, no trabalho, em seu próximo relacionamento ou em seu ambiente familiar.

Ela acredita que independente da idade, todas as pessoas são capazes de mudar, basta acreditar, e ela acredita!




Quem é “Tatiana Costa”?


Nome: Tatiana Costa Da Silva

Nascimento: São Paulo,SP

Função: Coordenadora de Projetos Sociais

Formação: Serviço Social

Família: Casada, 2 filhas e 2 cachorros (fazem parte da família)










O que você acredita que temos que fazer para melhorar a educação no País?

Temos que mostrar que vale a pena acreditar no ensino público de qualidade e investir para que isso aconteça. Que através de uma boa base educacional consegue-se diminuir o número de violência e vulnerabilidades das pessoas de baixa renda.


Como é administrar uma Instituição sem fins lucrativos?

A administração de uma organização sem fins lucrativos traz a possibilidade de você se superar cada vez mais com as dificuldades financeiras, e os desafios de acreditar que o trabalho não pode parar. Ter criatividade, coragem e empenho. Acreditar acima de tudo no que faz.


O que lhe dá mais felicidade quanto a esse desafio?

Perceber o quanto ainda existem pessoas que nos incentivam a não parar e ainda fazem um serviço de qualidade. Além de acolher, orientar e investir no ser humano.


O que lhe desagrada mais, quanto a esse desafio?

O maior desagrado está em ver que os poderes governamentais, municipais, estaduais e federais não fazem a sua parte quando recorremos a eles. Essa é a maior decepção.


Qual é a fórmula para conscientizarmos as pessoas sobre a importância da solidariedade quanto ao próximo?

Acredito que a fórmula é a informação em todos os espaços, nas Escolas na fase dos anos iniciais e em todos os outros anos, nas empresas e nos espaços públicos; onde houver oportunidades de mostrar através de exemplos o quanto é maravilhoso fazer o bem a quem realmente necessite.


Por que é tão difícil acabar com a violência contra a mulher?

Não temos o poder de acabar, isso seria um milagre, a dificuldade está em conscientizar uma sociedade que veio por gerações resolvendo os problemas através de comportamentos violentos e isso se enraizou dentro dos lares.

Falar que dá pra resolver de outra forma demora anos e seria necessário o apoio psicológico, pois não devemos aceitar o grito ou o puxão no braço como demonstração de carinho.


Qual o maior desafio enfrentado pela instituição?

O maior desafio está na área financeira, para fazer investimentos no socorro e auxílio às vítimas depois das agressões; outro desafio é em relação aos profissionais que muitas vezes não entendem a importância de um trabalho humanizado e acolhedor.


Qual seu papel principal à frente de uma Instituição sem fins lucrativos?

Sinto que o meu papel frente ao trabalho é humanizar e conscientizar cada vez mais pessoas a fazerem a diferença na vida do outro, é mostrar que mesmo através do sofrimento nós crescemos e evoluímos, se eu tenho forças para lutar, mais pessoas podem se unir à causa, assim conseguiremos juntos tirar um número maior de pessoas do pesadelo da violência constante dentro do lar.


Quais são seus compromissos como uma líder frente à sociedade?

Meu compromisso está em conscientizar, orientar, em buscar cada vez mais conhecimento para tocar as pessoas independente do gênero, para saírem da violência doméstica e intrafamiliar, resgatar o amor e a convivência através do respeito dentro das famílias.


Por que ser um(a) voluntário(a)?

Ser voluntário é se doar a um bem maior ao próximo que não tem cor, credo ou raça, mas tem história e um passado, ser voluntário é algo tão grandioso que não tem preço. Acreditamos que estamos ajudando, porém quando os atendemos é que percebemos que estão nos ensinando a sermos pessoas melhores a cada dia.


Um conselho.

Toda vez que for atender alguém, pense naquele seu familiar que mais ama e respeita. Sabe por quê? Assim sempre vai dar o melhor de si para alguém.



Por: Zilda Sousa 06.2021



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